Economia chinesa avançou 6% de julho a setembro, na comparação anual, contra 6,2% no 2º trimestre. Trata-se do ritmo mais fraco desde de 1992.

Por G1

18/10/2019

O crescimento econômico da China desacelerou mais que o esperado no 3º trimestre, com o Produto Interno Bruto (PIB) registrando um avanço de 6%, na comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo o piso da meta do governo chinês para 2019.

Trata-se do ritmo mais fraco em quase três décadas, em meios aos impactos da guerra comercial com os Estados Unidos na produção industrial chinesa.

A expansão do PIB no terceiro trimestre foi a mais lenta desde o primeiro trimestre de 1992, primeiros dados trimestrais disponíveis, e ficou abaixo da expectativa de crescimento de 6,1% em pesquisa da Reuters.

No segundo trimestre deste ano, a alta tinha sido de 6,2%, em relação ao mesmo período de 2018.

No acumulado de janeiro a setembro de 2019, o PIB da China teve avanço de 6,2% em relação aos nove primeiros meses do ano passado, ainda dentro da meta estabelecida por Pequim para 2019: entre 6% e 6,5% (contra 6,6% em 2018).

As bolsas chinesas fecharam em queda nesta sexta, no pior dia em um mês. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 1,42%, enquanto o índice de Xangai teve baixa de 1,32%. Na semana, o CSI300 recuou 1,1%, enquanto o SSEC caiu 1,2%.

Dados fracos da China nos últimos meses têm destacado a demanda mais fraca interna e externa. Ainda assim, a maioria dos analistas diz que o escopo para um estímulo agressivo é limitado em uma economia já com um grande volume de dívida após ciclos anteriores de afrouxamento.

Números da economia chinesa

Em entrevista após a divulgação dos dados, Mao Shengyong, porta-voz da agência de estatísticas da China, anunciou planos de Pequim de adiantar algumas emissões especiais de títulos de governos locais para este ano, em uma medida para fomentar o investimento em infraestruturas regionais.

Em contrasto aos números decepcionantes do PIB, a produção industrial da China cresceu acima do esperado em setembro, a uma taxa anual de 5,8%, após mínima de 17 anos em agosto.

O aumento ficou em linha com sinais de aumento das encomendas domésticas, embora a demanda geral permaneça em níveis historicamente fracos. Analistas esperavam crescimento de 5% da produção industrial em setembro.

O investimento em ativos fixos cresceu 5,4% entre janeiro e setembro, igualando as expectativas mas desacelerando sobre a taxa de 5,5% nos primeiros oito meses.

As vendas no varejo subiram 7,8% no mês passado em relação ao ano anterior, em linha com as expectativas e sobre 7,5% em agosto.

Guerra comercial

A disputa comercial entre China e Estados Unidos vem causando preocupações em todo o mundo desde o começo de 2018, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, fez o primeiro anúncio de tarifas impostas sobre produtos chineses. Desde então, foram feitas algumas tentativas de acordo, mas os rompimentos de tréguas com novos anúncios e ameaças de retaliações frustraram expectativas de solução.

Na semana passada, o presidente Donald Trump disse que os Estados Unidos chegaram à primeira fase de um acordo comercial com a China. Mas, na quarta, Trump afirmou que não deve assinar qualquer acordo comercial com a China até se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, no Fórum da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) no Chile.

A expectativa é que alguym acordo seja assinado entre os presidentes dos dois países em uma cúpula de 16 e 17 de novembro dos países da Apec em Santiago, no Chile.

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