CNN Brasil Business, em São Paulo

07/05/2020

A decisão do Copom de diminuir a taxa básica de juros a 3% e indicar nova redução em junho terá consequências diretas no câmbio. Isso ocorre porque, com a Selic em baixas históricas, o Brasil deixa de ter um dos seus atrativos passados para o investidor internacional.

Prova disso é que, nesta quinta-feira (8), a moeda americana começou o dia disparando ante o real, renovando sua máxima nominal histórica a R$ 5,78 e se aproximando dos R$ 5,80. Às 09h14, no entanto, o dólar era vendido a R$ 5,7755, um avanço de 1,05%.

Se o cenário permanecer assim, é possível que o inimaginável patamar de R$ 6 seja alcançado pelo dinheiro americano nos próximos dias.

O Banco Central realizará nesta quinta-feira leilão de até 7,54 mil contratos de swap tradicional com vencimento em setembro de 2020 e janeiro de 2021. 

Histórico

O dólar fechou acima de R$ 5,70 pela primeira vez na história nesta quarta-feira (6), em mais um dia em que o real liderou as perdas entre as principais moedas globais. O recorde foi marcado pouco antes de um provável novo corte de juros pelo Banco Central e após agência de classificação de risco Fitch rebaixar a perspectiva para a nota de crédito do país, citando renovada incerteza política.

No exterior, uma perda recorde nos empregos do setor privado nos Estados Unidos também colaborou para a aversão a risco.

A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 2,03%, a R$ 5,7035 na venda, nova máxima recorde nominal (sem considerar a inflação). No pico durante as negociações, a cotação foi a R$ 5,7072.

Na véspera, após o fechamento dos mercados locais, a agência de classificação de risco Fitch Ratings revisou para “negativa” a perspectiva para a nota de crédito soberana do Brasil, mencionando deterioração econômica e fiscal. 

A revisão, segundo a agência, reflete riscos relacionados a tensões políticas e incertezas quanto à duração e intensidade da pandemia no país.

De acordo com a agência Infinity Asset, o rebaixamento pode significar que o pior ainda está por vir: “outras agências tendem a seguir diretrizes ainda mais duras para as próximas classificações de risco.”

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